PIB do Brasil reage, surpreendendo expectativa do mercado.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023, e 2,5% na comparação anual. O resultado superou as expectativas de mercado, que previam uma alta trimestral de 0,9% e anual de 2,7%. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços, como informação e comunicação (6,1%), e pelo setor industrial, com destaque para eletricidade, gás e água.

O consumo das famílias foi um dos principais motores desse crescimento, refletindo o bom desempenho do mercado de trabalho e as medidas de estímulo fiscal implementadas pelo governo. Além disso, o pagamento antecipado de precatórios no final de 2023 e início de 2024 injetou cerca de R$ 123,1 bilhões na economia, impulsionando ainda mais a atividade econômica.

EXPLICANDO MELHOR

A expansão de 2,9% do PIB em 2023 foi amparada pelo bom desempenho da agropecuária e dos serviços – pelo lado da oferta – e do consumo das famílias – pelo lado da demanda.

Por sua vez, a alta do PIB no primeiro trimestre de 2024 foi beneficiada pelo um forte de impulso fiscal de curto prazo decorrente do pagamento antecipado de R$ 93,1 bilhões de precatórios pelo Governo no fim de 2023. Soma-se a isso a antecipação, pelo Governo, ainda no primeiro trimestre de 2024, do pagamento de cerca de R$ 30 bilhões dos precatórios previstos para o ano todo, o que contribuiu para um maior dinamismo da atividade econômica no curto prazo.

Vale destacar que, com relação a oferta, a principal contribuição para o crescimento veio dos serviços (+0,8 pontos percentuais – p.p.), com expansão de 1,4% no 1T/2024 em comparação ao 4T/2023, com ajuste sazonal (Gráfico 3). Houve contribuição importante também do setor agropecuário (+0,6 pontos percentuais – p.p.) no 1T/2024 vis-à-vis o 4T/2023, na série livre de influências sazonais. 

Quanto a demanda, houve forte contribuição negativa das exportações líquidas (-1,0 p.p.) para o resultado do 1T/2024, corroborando o que os dados de quantum de comércio exterior já vinham mostrando nos últimos meses. Quanto a vendas internas (demanda doméstica, excluindo a variação de estoques), a contribuição foi bastante positiva (+1,6 p.p.), e com comportamento homogêneo entre seus principais componentes.

O consumo das famílias teve contribuição positiva de 0,9 p.p. ao resultado do PIB, devido à expansão de 1,5% no 1T/2024 em relação ao 4T/2023, nos dados com ajuste sazonal.

Apesar dos resultados positivos, há incertezas sobre o restante do ano. Especialistas apontam para uma possível desaceleração no segundo trimestre devido às tragédias no Rio Grande do Sul, que impactaram setores como agropecuária e indústria de transformação. Mesmo assim, o governo espera uma recuperação rápida no terceiro e quarto trimestres, com o auxílio de esforços de reconstrução no estado.

Este cenário reforça a previsão de crescimento de cerca de 2,2% para o PIB brasileiro em 2024, sustentado pelo consumo interno e investimentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima